terça-feira, 10 de julho de 2007

A Nova Tróia.

Eneias ou Enéias (latim Æneas, do grego Αινείας) foi um chefe troiano, filho de Anquises e de Afrodite (a romana Vénus). Na Guerra de Tróia lutou valorosamente, e tornou-se o mais importante chefe Troiano após a morte de Heitor. Era casado com Creúsa, filha do rei Príamo. Tinha um filho, Iulo (na literatura romana Ascânio)

[editar] Mito
Na tomada de Tróia, a mãe aconselha-o a deixar a sua pátria juntamente com o seu pai e o seu filho, Iulo/Ascânio, pois estava-lhe reservado um destino mais glorioso: Tróia reviveria na sua descendência. Levou o velho pai às costas, o filho Ascânio pela mão e a mulher Creúsa ia atrás dele. A sua mãe divina ajudou-os a sair da cidade em segurança. Mas algures pelo caminho Creúsa desapareceu. Mais tarde apareceu a Eneias e disse-lhe que tinha sido raptada por Cibele. Levou ainda os Penates troianos, divindades que protegiam o Estado, os governos e as instituições que regem um e o outro para assim fundar uma nova cidade.
Foge então de Tróia Eterna, que ardia em chamas, e vagueia pelo Mar Mediterrâneo em busca de uma nova pátria. Os Troianos pedem então conselho a Apolo, que os manda ir para a terra de onde era originário o seu primeiro antepassado. Anquises, douto nessa matéria, afirmava que em dias muito remotos, antes do Rei Trós fundar a cidade de Tróia, vivia na Frígia um rei chamado Teucro, cuja filha, Bátia, se casara com Dárdano, pai de Trós. Acreditavam que Teucro viera da ilha de Creta.
Puseram-se então a caminho. Ao terceiro dia aportaram em Creta, onde começaram imediatamente a construir uma cidade a que Eneias chamou Pérgamo. Lavraram a terra e semearam-na, e parecia que tudo ia correr bem, mas, inesperadamente, todo o seu trabalho foi destruído. Uma terrível seca arruinou as colheitas e desencadeou uma epidemia que se alastrou entre os troianos. Anquises interpretou isto como um sinal evidente da desaprovação divina, e aconselhou Eneias a voltar ao templo de Apolo, na Ilha de Delos, para receber novas instruções do oráculo. Na véspera da partida, os numes tutelares apareceram a Eneias e disseram-lhe que ele deveria ir para o local de origem de Dárdano, antes chamado Hespéria, agora Itália. Contando isto ao pai, Anquises lembrou-se que Cassandra profetizara que uma nova Tróia erguer-se-ía na Hespéria. Mas, claro, todos acharam que ela estava louca.
Puseram-se de novo a caminho. Os Troianos encontraram-se com a Harpías, mas, ao contrário dos Argonautas, fugiram delas. Chegaram a Épiro, terras onde se tinham estabelecido Heleno e Andrómaca. Heleno disse-lhe o que ia acontecer e o que ele deveria fazer.
A seguir estiveram na ilha do ciclope Polifemo, e salvaram um homem, Aqueménides, que fora deixado para trás pelos Argonautas. Anquises, já velho, morreu antes de deixarem a Sicília.
Depois de muito tempo aporta em Cartago e, por artimanhas de Vénus e Cupido, torna-se amante de Dido, rainha e fundadora da cidade africana. Primeiro tinha sido Hera quem queria isto, para Eneias ficar com Dido e não chegar a Itália, mas Afrodite viu que o amor da rainha podia ser proveitoso para Eneias.
Porém não era ainda esse o seu destino final. Hermes, enviado por Zeus, pergunta-lhe por que estava ele construindo uma cidade que não seria do seu filho, para a sua descendência. Eneias fugira de Tróia para não se submeter aos gregos e estava agora a submeter-se a Dido e seus conterrâneos! Adverte-o, então, para que deixe Cartago e funde uma cidade e um reino para os seus. Ao deixar a cidade, mesmo a contragosto, vê Dido, extremamente apaixonada, suicidar-se numa pira funerária que tinha mandado fazer na sua fortaleza.

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